O fato aconteceu por volta das 17 horas, quando os policiais foram acionados pelos agentes do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e se deslocaram até a propriedade, nas proximidades do Assentamento Brilhante, a cerca de 10 km da cidade.
As vítimas relataram que não recebiam qualquer tipo de pagamento pelo trabalho prestado e que a única refeição que comiam era arroz com soro de leite. Ainda segundo a vítima M.S.S., ela possui um benefício social de um salário mínimo, contudo, ele era retido pela proprietária da fazenda em sua totalidade. Ela contou ainda que foi abusada sexualmente pelo esposo da proprietária, que a agrediu fisicamente com um facão.
Já o senhor de 48 anos contou que é vítima de maus-tratos e agressão com frequência. Inclusive em um momento de fome extrema, ele e a mulher teriam matado uma galinha da propriedade para se alimentarem, porém, ao serem descobertos, foram agredidos com uma arma de fogo, por um dos filhos da proprietária da fazenda.
Segundo constatado pelos agentes do CRAS, a situação de higiene do local onde as vítimas ficavam eram péssimas. A equipe verificou ainda que eles eram obrigados a fazer necessidades fisiológicas no mato, além de não possuírem calçados e nenhum material de higiene pessoal.
Aos policiais, a proprietária da fazenda O.M.S., de 80 anos, e sua filha V.L.J.A., de 58 anos, negaram as acusações, relatando que encontraram as vítimas em situação de vulnerabilidade e teriam as trazido para trabalharem na fazenda, mediante pagamento de meio salário mínimo e oferecendo ainda alimentação e moradia.